A imagem do Barroco é o homem em conflito. Com reflexos renascentistas, o “eu” encontra-se diante de uma avalanche de questionamentos, impulsionados por filosofias humanistas, que contrastam com a sociedade teocentrista medieval que antecede a época.
Dentre os principais acontecimentos no ramo da filosofia, durante período barroco (1601-1768), destacam-se:
-1633: Galileu é forçado pela Igreja a abjurar a teoria heliocêntrica, até que (e se) surgissem evidências conclusivas dessa hipótese.
-1687: Isaac Newton publica os Principios, introduzindo o conceito de gravidade.
-1710: Berkeley publica os Princípios do conhecimento humano, levando o empirismo a novos extremos.
-1739-40: Hume publica o Tratado sobre a natureza humana, conduzindo o empirismo a seus limites lógicos.
Pode-se observar uma uniformidade nos avanços científico-filosóficos, em que se diz respeito à valorização do antropocentrismo, racionalismo e empirismo. Esse fator, somado ao pensamento Luterano e Calvinista (Reforma) e à Contra-reforma, deixam o homem em um “cheque-mate” entre divino e humano, fé e razão, o que é refletido na arte da época.
Indo um pouco mais longe, pode-se dizer que a Filosofia em geral, tem características muito barrocas: as dúvidas, os questionamentos, as incertezas e principalmente o conflito, as quais são a base do aparecimento de uma nova corrente filosófica. Todo filósofo bebe um pouco da água da grande fonte preta e branca do Barroco.
Dirceu